Caninos Brancos, de Jack London

Caninos Brancos foi minha leitura de janeiro da meta dos 12 livros para 2019. Fiz uma lista temática selecionando para cada mês um autor aniversariante. Jack London nasceu no dia 12 de janeiro de 1876 e morreu jovem, aos 40 anos. Mas mesmo com uma vida relativamente curta ele produziu bastante, tendo escrito mais de 50 livros; entre romances e contos.

London teve uma vida movimentada, cheia de desafios e aventuras. E, assim como tantos autores, ele escreveu sobre as realidades que viveu, sendo uma das mais conhecidas a realidade da corrida do ouro no Alasca, na qual se insere Caninos Brancos.

Em 1903, Jack London publicou o seu segundo romance: O Chamado Selvagem, nele o autor traz a história de um cão doméstico que precisa se adaptar à vida na floresta e se transforma em um lobo selvagem. Em 1906 publicou Caninos Brancos e, nesse livro, o autor faz o caminho inverso, pois traz a história de um lobo que acaba sendo domesticado pela civilização. 

O autor se utiliza da história de vida de um lobo como uma analogia ao próprio ser humano. A princípio tive receio de que fosse uma leitura entediante e inverossímil, mas não é. É uma leitura interessante e envolvente; uma ideia inusitada que o autor consegue executar de forma admirável.

Caninos Brancos é um lobo nascido em uma floresta no norte congelado do Canadá. Acompanhamos vários anos de sua vida, desde seu nascimento e nos indignamos e sofremos com sua história. Ele foi capturado antes de completar um ano de idade, usado como puxador de trenó e obrigado a lutar por sua sobrevivência, primeiro em uma matilha, depois como cão de rinha.

Por ter sofrido muito Caninos Brancos também causa muito sofrimento. Ele é frio e feroz com todos com quem convive, através de sua história conhecemos o lado cruel do ser humano e do próprio animal. Caninos Brancos demorou para receber amor de quem quer que fosse. Ele só conhecia o ódio, então, era só ódio que ele sabia expressar.

Não fora em vão que ele vira a luz do dia pela primeira vez numa caverna solitária e travara suas primeiras lutas contra a perdiz, a doninha e a fêmea de lince. E não fora em vão que ele havia sofrido um bocado na infância com a perseguição de Beiçudo e de todo o bando de filhotes. Poderia ter sido diferente e, então, ele seria diferente. [...] O barro de Caninos Brancos fora moldado de modo que ele fosse como era: soturno, solitário, frio, feroz, o inimigo de todos os seus semelhantes.

Esse é um livro com uma proposta simples, apesar de incomum; é uma história de aceitação e amadurecimento em que o autor passa verdade através de sua narrativa, pois não romantiza o ser humano ou o mundo animal. O que faz dessa história ser tão cativante é justamente a forma honesta e ao mesmo tempo sensível que é contada. Através da história de um lobo, pensamos sobre nós mesmos e sobre o mundo a nossa volta. É uma história sobre dor, crueldade, solidão. Mas também uma história de amor, recomeço e superação.

Vídeo resenha - Caninos Brancos, de Jack London


Título: Caninos Brancos
Título Original: White Fang
Tradução: Sônia Moreira
Editora: Penguin Companhia • Companhia das Letras
Páginas: 296

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Um comentário:

  1. Oi Amanda!
    Eu li Caninos brancos há alguns anos porque sempre tive muita curiosidade em ler Jack London e como ele retrata a perspectiva dos animais e gostei muito, é um livro que ainda lembro de vários trechos, quando trocam ele por bebida, as rinhas e por fim quando ele muda de cenário totalmente. Concordo contigo quando diz que é uma analogia do comportamento humano e como o ambiente e o entorno também influenciam Caninos. Até hoje não li mais nada do autor, mas quero.

    Beijos!

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